Uma actividade co-organizada pela Embaixada Britânica e pela ASAER, decorreu nas instalações da Academia BAI, dia 17 de Novembro. O objectivo era discutir questões ligadas ao financiamento de projectos de energias renováveis (ER) em Angola, quer com recurso a capital vindo do exterior do país, quer com o apoio da banca nacional.

O evento, que contou com a presença do Sr Secretário de Estado de Energia, Engº Belsa da Costa, teve a presença de representantes dos Ministérios das Finanças e Economia e Planeamento, para além de instituições com o regulador no sector da energia e águas, IRSEA, empresas públicas como a RNT, Prodel e Sonangol, a banca com o BAI, o BFA e o Standard Bank, a diplomacia com representantes da Embaixada Britânica e dos EUA, para além do sector empresarial privado.

Das conclusões, de uma aberta e franca discussão, há a realçar a constatação de que o principal problema para o desenvolvimento das ER em Angola não reside na falta de financiamento internacional, mas na necessidade de se criarem alternativas aos caminhos antes criados para a obtenção de garantias para os investidores, procurando-se soluções já existentes no sector financeiro internacional, assim como criar um quadro fiável e transparente para a exportação dos dividendos que se vierem a conseguir como fruto dos referidos investimentos.

Preocupante também a distorção económica criada por um quadro de subsídios ao preço da electricidade, e dos combustíveis, que retira a capacidade do comprador único nacional, a RNT, de se estabelecer como o parceiro com as competências financeiras suficientemente robustas para transmitir a confiança necessária aos investidores que com ela pretendem discutir os Contratos de Aquisição de Energia, como fruto de eventuais concessões para o estabelecimento de unidades de produção de electricidade com base em ER.

Constatou-se também o papel inexistente da banca nacional na promoção deste tipo de investimentos, sendo consensual a necessidade deste sector tão importante da economia encarar esta possibilidade de uma forma pró-activa, criando laços com instituições internacionais das finanças, e do sector da ajuda ao desenvolvimento, para além de todas aquelas que se preocupam em promover a transição energética no âmbito da descarbonização do planeta, para que se possa criar um movimento, mais centrado nos pequenos e médios projectos, que envolvam empresas nacionais, e permitam uma penetração de soluções de ER para a resolução do enorme problema da baixa taxa de electrificação que ainda se regista no país.

Por último, foi consensual a oportunidade de se criar um grupo permanente para análise de assuntos ligados às ER, com o propósito de apresentar soluções a colocar à consideração dos órgãos decisores, assim como proporcionar caminhos para aqueles que pretendem investir neste crucial sector.

Confiamos assim que haverá mais reuniões do Grupo de Trabalho de Energias Renováveis-GTER!